PsicodiafanógenosEsforços experimentais fúteis na tentativa de contornar o Princípio da Incerteza |
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quinta-feira, setembro 01, 2005
O espetáculo do improvável OK, vamos lá. Histórias de cronópios e de famas é o nome do livro. Produto quântico, sem dúvida. Cheio de incertezas, misterioso, por vezes incompreensível, mas por isso mesmo fascinante. Até os detalhes parecem se encaixar para criar um cenário bizarro e viciante. O autor é Julio Cortázar, escritor argentino. A edição é da editora Civilização Brasileira. Go figure... Seja qual for a língua, esse sujeito deve ser um dos caras mais citáveis da literatura latino-americana. Ainda estou a meio caminho do final, mas já posso dizer o que encontrei. - Senhor do Tempo: não é uma pessoa que ganha um relógio; é o relógio que ganha a pessoa, se apoderando completamente dela; - Projeto de feira de ciências: dar um nó num cabelo e deixá-lo escorrer pelo ralo. Depois metodicamente quebrar o sistema hidráulico para localizá-lo; - Como roubar um velório: família vai enterrar defunto do vizinho e chora mais que os parentes do morto, até dominar completamente a situação; - E se...?: um mundo em que a internet (i.e. textos eletrônicos) não existe (o texto original é de 1964, não é à toa que o mundo retratado não mostra a internet). Pessoas se afogam em tanto papel Esse último caso talvez seja especialmente interessante. Cortázar faz uma predição: a de que os homens precisam expandir sua produção cultural (em geral ampliando o lixo, segundo a concepção dele). Por outro lado, não vê saída tecnológica para o problema. De certa maneira, sua observação faz crer que foi o crescimento da produção cultural que forçou o surgimento de uma solução (a internet e os meios eletrônicos), mas não o contrário. Ou seja, a internet não é culpada pelo excesso de lixo informativo que recebemos. Ela é apenas um reflexo da necessidade humana, já predita antes da tecnologia, de produzir mais e mais lixo letrado. Ou não. Só um pensamento. E chega por hoje, né?
Pitacos:
Aê, você tá mesmo lendo! Depois me diz se você tá mais pra fama ou pra cronópio (porque esperança você não é). Beijo
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