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Você é o visitante

"Life is what happens while you're busy making other plans."
John Lennon



terça-feira, junho 29, 2004

 
O mundo gira, a Lusitana roda

POR QUE eu tenho a impressão de que costumo fazer as coisas muito mais depressa que o mundo pode assimilá-las? Em outras palavras, como um livro escrito em dez meses pode levar treze para ser publicado?

Era uma vez...

UM AMIGO, que só comprava carros azuis. Aí ele comprou um cinza.

Ansiedade

PELOS PRÓXIMOS passos. O que vem depois, I mean, na minha vida? Para onde estou indo? Procuram-se novos desafios.



segunda-feira, junho 28, 2004

 
Turning point

I REALLY feel I've reached one. And, surprise, surprise, that's not a bad thing.



domingo, junho 27, 2004

 
Verdade do dia

FRASE popular entre os falantes da língua inglesa:
"Life is hard, and then you die."



sexta-feira, junho 25, 2004

 
Esforço terapêutico

POR DOIS DIAS tenho pensado muito sobre o que escrever aqui a respeito da viagem que acabei de fazer. Apesar de já ter tido algumas boas idéias, alguma coisa inexplicável estava me impedindo de colocá-las no ciberpapel. Achei que seria um bom método para afastar essa neura abrir justamente com essa informação.

Síndrome de abstinência

MINHA AUSÊNCIA nos últimos dias é justificada. Entre os dias 19 e 24, só consegui acesso à internet por uns dez minutos --o que deu para escrever uns dois e-mails e olhe lá. Para quem está acostumado a uma vida wired, confesso (shame on me) que foi bem difícil lidar com a desconexão.

Explorando novos mundos

KÖLN (Colônia) é uma cidade muito bonita, com uma história de mais de 2.000 anos. Foi fundada pelo Império Romano e ainda hoje há alguns vestígios disso pela cidade. E o maior atrativo é sem dúvida sua catedral, cuja construção em estilo gótico foi iniciada em meados de 1200 e só foi concluída no século 19. É um prédio de 150 metros de altura, maravilhoso.

Vida noturna

BEM, PROCURAR a vida noturna em Köln exige primeiro que você encontre a noite. Por esses dias, o Sol só se põe lá pelas 22h30, o que me deixou meio desnorteado. E os bares ficam cheios mais ou menos até essa hora, quando termina a transmissão da Eurocopa e todo mundo vai embora para casa. Logo, a vida noturna da cidade, ao menos às segundas e terças-feiras (e nos lugares em que estive), não é lá essas coisas. Quanto a Leverkusen, a história é bem outra. Lá não há vida at all.

Se é Bayer, é bom?

POUCAS COISAS são tão chatas quanto palestras intermináveis de conteúdo institucional destinadas a convencer você de que uma indústria farmacêutica é na verdade muito boazinha e seus funcionários são uma big good happy family.

Cena inusitada em Köln

ANDANDO pela rua, eu e uma colega jornalista, passamos por uma porta com um vidro fosco que não permitia ver nada além de um vulto do outro lado. Ao nos ver passar, a pessoa do outro lado grita e nos chama. Claramente ela está presa do lado de dentro.

Ao nos aproximarmos, ela abre a portinhola da correspondência, na parte de baixo da porta, e começa a falar.

- Haydenbungenzeinztreinzbundesbungen...
- Well, maybe you should try English. We don't speak German.
- Hummm... phone... card... get... 20 meter... left... I could call...

O rapaz enfia um cartão telefônico pelo buraco.

- What? You want me to go over there and put credit into this card for you to call?
- Yes, yes... 20 meter... left.
- Okay, gimme the money.

O cara entrega o cartão e cinco euros e nós iniciamos nossa caça ao "20 meter left". Cerca de 20 metros depois, uma pequena loja com um grande celular inflável amarelo na porta. I guess we're on the right track. Abordamos o funcionário da loja, entregando-lhe os cinco euros e o cartão.

- Hi. Do you speak English?
- A bit.
- Well, we need to put some credit into this card.

The guy looks puzzled.

- Look, we were just passing and some guys handled us this card and this money and asked us to do something with it over here...
- Ah, well, you can't put credit into this card. Maybe they want you to buy another one.
- Yes, that is it. Thank you.

Voltamos lá e entregamos o novo cartão ao vulto na porta, de novo pela portinhola. O resto era com ele.

A bebida local

SIM, os alemães são justamente conhecidos por seu hábito de beber muita cerveja. Perdem apenas para a delegação de jornalistas chineses que estava nos acompanhando lá. Quanto à qualidade da cerveja, pode variar da muito boa à feita com água de esgoto da Bayer. E, ao que parece, cada região da Alemanha tem suas próprias cervejas. Em Köln, recomendo a Gaffel.

Sobrevivência em alemão

JÁ SEI tudo que preciso nessa língua.
"Ein bier, bitte."

Os perigos do vocabulário limitado
ou Cena constrangedora em Köln

AINDA à procura da vida noturna, acabei não dando muita conta de quão rápido eu estava esvaziando meus copos de cerveja. De repente, sem aviso, num bar semi-underground de Köln, o mundo começou a girar. Cada vez mais depressa. Eu estava sentado, segurando a cabeça com as duas mãos, apoiado na mesa. Reclimei-me sobre ela.

Acordei cerca de uma hora depois.

Oops.

DISCLAIMER: That has never happened before.

Perseguição

QUAL É a probabilidade de o único jornalista colombiano do grupo torcer para uma equipe obscura chamada Once Caldas? Só a título de curiosidade...

Pé de chumbo

NAS ESTRADAS alemãs, a velocidade média dos automóveis é cerca de 160 km/h. No caso do nosso motorista, 170 km/h. Não é à toa que dizem que tudo na Europa fica perto.

Obrigado por voar pela Air France

O AEROMOÇO oferece duas opções para o jantar, carne ou peixe. A mulher ao meu lado pede peixe, mas vem carne. Ela reclama e o aeromoço troca o prato dela. E aí vem um ravioli. Go figure.

Home, sweet home

CONSEGUI ser mais maltratado em 15 minutos de alfândega na volta ao Brasil do que em quatro dias na Europa, sem falar a língua local.

- Pois não?
- A moça ali disse que eu tinha que mostrar esse notebook para você. Ele é brasileiro, foi comprado no Brasil. Veja, é da Itautec. E nem é meu. É da Folha. Eu trabalho para a Folha. Viajei a trabalho...
- Olha, não me interessa de quem é, não me importa para quem você trabalha. Você sempre tem de declarar, senão ele fica retido e exige pagamento de imposto.
- Mesmo se ele for brasileiro?!
- Não, se ele for brasileiro, não. Mas não me interessa de quem ele é ou se você trabalha para a Folha ou para quem quer que seja...

Detalhe: isso depois de 15 horas de viagem. Welcome back, pal.



sábado, junho 19, 2004

 
Mudou a maré?

ALGUMAS COISAS realmente andam diferentes nos últimos tempos. Nunca pensei que teria problemas do tipo "cuidado com o que você quer... pode acabar conseguindo" (muito embora já tenha tido problemas assim antes). Também constatei a superação de uma velha deficiência --o sono, pelo visto, já não me é mais necessário. Estou pronto para viver uma vida plena, com dias de 24 horas.

"A" notícia

ESSA DATA É PARA GUARDAR: 18 de junho de 2004. Foi quando me ligou o editor de livros da Editora Globo para dizer que meu livro foi *ACEITO* para publicação. É isso mesmo. Depois da decepcionante recepção da Companhia das Letras, estava um pouco apreensivo. Mas há gente disposta a apostar no meu trabalho! Mais detalhes, assim que eu os tiver. Stay tuned.

Aviso

DURANTE o próximo dia, temo estar preso no que um colega certa vez definiu como o mais lúgubre dos ambientes: o interior de um avião cheio de passageiros. Espero ter a chance de me reportar aqui na próxima oportunidade como o "enviado especial a Leverküsen".



quinta-feira, junho 17, 2004

 
Fossa

O SÃO PAULO foi eliminado ontem da Copa Libertadores da América, o mais importante torneio sul-americano. Mas isso não descreve a situação. Tento de novo. O São Paulo foi eliminado ontem da Copa Libertadores, na semi-final, após uma década sem participar do torneio. Peraí. Tem mais. De novo. O São Paulo foi eliminado ontem da Libertadores, em sua primeira participação depois de uma década, ao sofrer um gol aos 45 minutos do segundo tempo. Isso não é tudo. O São Paulo foi eliminado ontem da Libertadores, na primeira participação em uma década, ao sofrer um gol aos 45 do segundo tempo, marcado em condição irregular de impedimento.

É isso.

Crueldade

QUE TIPO de pessoa liga para você às dez da manhã para dizer que você deve viajar no dia do aniversário da sua avó?!

Sinto muito

POR UMA questão de segredo industrial, não posso dar a ninguém um aparelho de teletransporte. Por favor, não insista.



quarta-feira, junho 16, 2004

 
Palmas para Lavoisier

NÃO ROLOU. A ilustração que eu tinha preparado para acompanhar a entrevista que fiz com o espertão da psicanálise acabou sendo descartada para uso no jornal. Para essas horas, nada como ter um espaço para mostrar os frutos de seu talento incompreendido.

Versão original, em PB


Versão arte-finalizada em computador


E por falar em Freud...

- Toca aqui!
- Deixa que eu toco sozinho!



terça-feira, junho 15, 2004

 
Literalmente Yahoo!

QUANDO TODA a esperança se esvai, e você se conscientiza de que um arquivo de 5 MB não poderá, de forma alguma, ser enviado para o seu webmail com capacidade máxima de 6 MB, eis que o Yahoo! decide que a partir de agora cada usuário pode consumir 100 MB, e os e-mails podem ter até 10 MB cada um! E viva a banda larga!

Quoting Carl

"Absence of evidence doesn't mean evidence of absence."

EM OUTRAS palavras, ainda hei de ganhar alguns coraçõezinhos no orkut...

Quoting Bill

"I am as constant as the Northern Star."

OU, minha rotina é kind of dull.



segunda-feira, junho 14, 2004

 
Die, Folha, Die!

É ISSO mesmo.



domingo, junho 13, 2004

 
Homenagem

EIS QUE, no dia da parada gay, amanheço com o rosto cheio de purpurina. É um milagre.

Seguindo a trilha Star Wars

I FEEL a disturbance in the Force...



quinta-feira, junho 10, 2004

 
Os 12 trabalhos de Hércules

Obi-Wan Kenobi: "You don't need to see his identification."
Guarda imperial: "We don't need to see his identification."


OS RUMORES sobre a solução antecipada do problema dos ingressos foram enormemente exagerados. Ontem, no início da tarde, meu irmão foi buscar a quarta entrada no centro de treinamento do São Paulo. Depois da "viagem" à Barra Funda, a decepção: o ingresso era para a cativa superior azul, do outro lado do estádio com relação aos três que já tínhamos. Ficando como estava, alguém teria de ir ao jogo sozinho.

Discutindo o problema ao telefone, chegamos à conclusão de que o melhor curso de ação, embora arriscado, seria ir ao Morumbi e tentar trocar o ingresso por um de cativa vermelha, com um cambista. Arriscado mesmo. Ele foi, viu e levou um golpe. Ao custo de R$ 10, tudo que conseguiu foi uma cativa inferior vermelha --desta vez no mesmo lado do estádio, mas um andar abaixo.

O debate sobre quem seria o mártir da noite --é impossível ver o jogo deste lugar do Morumbi-- voltou à tona, e eu e meu irmão disputávamos, cada um se voluntariando para o sacrifício.

Ainda tentei conseguir uma cadeira cativa emprestada com um amigo, sem sucesso. A derradeira tentativa seria a famosa "carteirada". Pedi a um colega sua carteirinha da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo), que em tese daria acesso a todas as áreas do estádio. Detalhe: a carteirinha tinha foto, e meu colega é um negão de 1,80m.

Cheguei lá, uma tremenda confusão no portão de acesso. O segurança não estava lá, e um cara tentava conter quem pedia para entrar, balançando carteirinhas de vários tipos e cores. Um tempo depois o segurança chegou. Ele olhou para todo mundo e disse, "não posso deixar vocês entrarem...", e então olhou para mim e para a minha carteirinha, que eu segurava estrategicamente de modo a meu dedo esconder a foto, "...exceto ele, que é da Aceesp". I-N-A-C-R-E-D-I-T-Á-V-E-L!

Tinha tudo para ser o início de uma noite memorável.

No meio do caminho tinha um adversário

MAS não foi. O jogo em si foi horrível, 0x0, e agora o Tricolor precisa vencer a segunda partida, na Colômbia, para ir à final da Libertadores. A situação está significativamente mais difícil.

Prestígio. Well, sort of...

Os frutos do meu trabalho jornalístico acabam de figurar numa coletânea de citações publicadas pelo site Homem-Chavão. Tremenda homenagem, que você pode acessar diretamente aqui.



quarta-feira, junho 09, 2004

 
Breaking news

DEU NA CNN! Desta vez o chefe deixou uma para mim. Se tudo der certo, darei um pulo até a Alemanha entre os dias 20 e 23 deste mês. Stay tuned, we will update you as soon as more information comes out.

My mind is heavy

MATEMÁTICA aplicada: quando há três ingressos e quatro pessoas, uma precisa ficar de fora. Em princípio, teria sido eu. Mas então alguém resolveu que o caso exigia isonomia filial e decidiu que ele seria o indivíduo a ficar de fora. Eu, a despeito de com isso ter garantido meu lugar, passei a me sentir pior do que se tivesse ficado de fora.

Moral da história: prefiro ser o mártir do que ver outro martirizado em meu benefício.

Dúvida: isso é bom?

Deus também é pai

NO CREPÚSCULO, entretanto, conseguimos um quarto ingresso, o que garantiu que todos vivessem felizes para sempre. Tudo acaba bem quando termina bem. Que venha o Once Caldas, próximo adversário do Tricolor na Libertadores!

Servir bem para servir sempre

LIGOU ontem no trabalho uma moça de Brasília.

- Aí é a editoria de Ciência?
- Sim.
- Por favor, você pode me passar para a Redação?
- Aqui é a Redação --editoria de Ciência. Com qual editoria você quer falar?
- Ciência.

Depois desse diálogo fascinante, ela pede pelo meu nome e conta que está fazendo um trabalho de faculdade sobre mim (!). Vem a São Paulo nos próximos dias e quer uma entrevista. "Claro, será um prazer!"

Na verdade, já é a terceira vez no ano que sou abordado por estudantes. Na primeira, uma dupla de Mogi das Cruzes queria falar sobre o caso do VLS-1. Na segunda, uma moçoila da USP queria declarações sobre a importância da história do jornalismo no exercício da profissão. Mas atenção, pela primeira vez na televisão, desta vez o tema abordado será eu mesmo. Melhor começar a ler o Estadão.

Mea culpa: ainda neste ano, houve um professor de jornalismo da PUC-Campinas que me convidou para bater um papo com os alunos dele. Fatos alheios à minha vontade me fizeram dar o cano no rapaz. Fico pensando se ele, pê da vida, não chegou a... nahhh.

And finally...

Não é incomum a gente sair de um lugar e ter a sensação de ter esquecido alguma coisa. Incomum é a gente de fato ter esquecido alguma coisa quando tem essa sensação. Aconteceu ontem.



terça-feira, junho 08, 2004

 
Dia-D

SABE o que o Churchill falou para o Roosevelt, antes da invasão da Normandia?
- Agora, ou vai ou Reich!

Do sul

NÃO bastasse o nome, aquele bigode... não há mais dúvidas: Nietzsche era gaúcho!

Sim, eu estou doente

É FEBRE venusiana. Ou vai ver que eu almocei com o Bozo.



segunda-feira, junho 07, 2004

 
Orkut

ESTOU me aventurando por esse troço. Ainda não sei bem como funciona, mas tem cara de "seis graus de separação, curso prático em dez semanas". Quem quiser se arriscar comigo, cadastre-se em orkut.com e me procure por lá...



sexta-feira, junho 04, 2004

 
Como assim?

EU ODEIO café. Não tomo café. Mas a descrição é boa. E o teste, divertido.

What Flavour Are You? Buzz buzz, I am Coffee flavoured.Buzz buzz, I am Coffee flavoured.


I am popular in the workplace, even though I am often bitter. I am energetic to the point of being frenetic; buzz buzz, out of my way. I tend to overwork myself and need periods of recovery time. What Flavour Are You?



quarta-feira, junho 02, 2004

 
O prazer de pensar

SEMPRE que encontramos alguém com quem se pode ter uma troca de e-mails desse naipe, no meio de uma tarde de trabalho enfadonha, temos de valorizar.

Pensadora
Em primeiro lugar, foi vc quem disse que queria ter essa ética darwiniana da eficiência.

Bom, sobre o que eu acho, eu não sei ainda =p
O engraçado é que na aula que a Mayra deu sobre esse cara (Herbert Spencer), eu tive um momento extremamente Ciro com ela, e até agora não me resolvi... ela começou a aula de acordo com aquela divisão do pensamento ético que ela faz que tem uma linha Kant e uma Nietzsche classificando-o na linha de Kant, pq ele tem um princípio universal, e é com esse tipo de pensamento que eu costumo concordar, não-relativizável. Mas aí, no fim da aula, eu pensei que nem vc, e perguntei se, sendo o princípio dele a eficiência, ele não poderia ser agrupado com o Nietzsche. E o esquisito foi que ela sempre tinha colocado essas duas linhas em completa oposição (imperativo categórico X os fins justificam os meios, pra resumir), mas aí respondeu "é, pode ser também".... completamente Ciro. E desde então eu ainda não saí dessa.

Pensador
Heheheh... mas, no fundo, essa é uma meta-discussão. Porque a moralidade --seja ela qual for-- é falaciosa. A única lógica que funciona é a natural, a da evolução, a da seleção natural, porque é aplicável a todos os sistemas, inclusive os não-pensantes. Moléculas com ligação mais estável tendem a sobreviver mais tempo que moléculas instáveis. Átomos com maior reatividade participam de mais compostos, e assim por diante... O processo nietzscheano é o natural, e admito que as coisas funcionam melhor (de um ponto de vista externo) desse jeito. Daí meu comentário inicial no estilo "I wish I could adopt it".

Entretanto, isso simplesmente não é possível. E até mesmo Nietzsche e outros de sua linha, ao tentar justificar por alguma lógica racional sua argumentação, acabam estabelecendo uma espécie de moralidade (ainda que seja uma moralidade amoral, por assim dizer), que está sujeita às mesmas falácias das outras. E não os culpo; como disse, é da natureza humana adotar uma moralidade. É da natureza das coisas vivas tentar "combater" a natureza. Como seres inteligentes, apenas desenvolvemos métodos mais sofisticados de fazê-lo (como a moral, que tenta eliminar coisas como a seleção natural do rol de ferramentas que diz quem vive e quem morre), mas todos os seres vivos, em certa medida, combatem a natureza.

Eu explico: segundo a termodinânica (e isso é beeem Ciro), todos os sistemas tendem a um estado de maior entropia, maior desorganização. Um dia, se as leis da física se mantiverem até lá, o Universo será uma sopa homogênea de partículas elementares. No stars, no planets, no nothing. Se olharmos de muito perto ou de muito longe (no interior de átomos e nas vastas distâncias intergalácticas), já vemos que mesmo hoje a tendência à simplificação e à diluição é muito forte.

Entretanto, para nossa sorte, alguns sistemas ainda conseguem localmente reduzir a entropia --tornarem-se mais complexos, em vez de mais simples. São esses fenômenos locais que permitem o surgimento de estrelas, planetas e pessoas. Em certa medida, os organismos vivos são o topo da escala no sentido de combater a entropia. Nossos corpos estão a todo momento contrabalançando os efeitos entrópicos, replicando células para substituir as degeneradas, continuamente produzindo energia a partir de oxigênio para manter o sistema funcionando, extraindo recursos externos (da atmosfera, de alimentos etc.). Então, estamos, mesmo sem fazer nada, combatendo as tendências naturais. Não é surpreendente que, ao emergir a consciência (que por si só é uma enorme violação do princípio entrópico), ela tente criar meios de contornar a amoralidade natural.

Então, eu não posso adotar a amoralidade natural porque não faz parte da minha natureza, enquanto criatura que está em constante embate contra a entropia.

A essa altura, espero ter feito algum sentido. :-P



terça-feira, junho 01, 2004

 
FRACASSO

MAIS UM experimento que chega ao fim. Eu sabia o que ia acontecer, mas tentei fugir disso. Tentei deixar para amanhã. Não deu. Quando os problemas aparecem, aparecem. É preciso enfrentá-los. Dois meses depois de iniciado, o esforço termina.

Eu nem estou tão mal.



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