Psicodiafanógenos

De volta

POR QUE o tempo durante os feriados precisa passar num ritmo muito mais acelerado do que nos dias úteis é uma coisa que me escapa. Nem Einstein explica.

Revelações

LEMBRO-ME de alguém me dizer que o bom jornalista é aquele que nunca perde a capacidade de se indignar. Mas talvez esse seja um dos lados da moeda. Minha percepção é a de que o jornalista típico não só não perde a capacidade de se indignar como também se desfaz totalmente da capacidade de se maravilhar. Pois a essência do meu trabalho é justamente nutrir essa qualidade, tão pouco cultivada entre meus pares. Entre as estrelas, não há razão para se indignar. Em compensação, há maravilhas suficientes para fazer transbordar a alma de um homem.

Informação importante

SE a Cleusa é Turra, a merda é tosta.

A quem possa interessar

EU fiz aniversário no último dia 20. Agora é oficial: ladeira à frente.

Neo-Hitler

Um campo de refugiados abriga dezenas de pobr'almas numa sala fechada. Elas estão sendo encaminhadas para o cubículo ao lado, onde um médico pretende "examiná-las". Esperam o dia passar, desprovidas de trabalho, documentos ou garantia de futuro. Tudo isso aconteceu hoje. Num conhecido diário da capital paulista. Pasme.

Saiba mais na próxima encarnação, quando não poderão me demitir.

Império do mal

Nunca confie num prédio em que há fila para o elevador.

Para não dizer que eu estou mentindo

DO SPAM da Editoria de Treinamento:

Vamos fazer em maio e junho uma oficina de texto com Marcelo Coelho. Serão reuniões semanais de 80 minutos, em que ele vai passar exercícios e comentar os resultados.
Pela própria natureza da atividade, o grupo terá no máximo seis pessoas.
O horário não está definido, mas as opções são terça ou quarta, das 10h às 11h20, ou quarta à tarde.
A Folha vai subsidiar praticamente todo o custo, restando R$ 100 a cada aluno.
Interessados devem mandar, até 18/3, a ficha abaixo e um texto de mais ou menos 40 linhas sobre por que quer participar da oficina, que deficiências identifica em seu texto e que qualidades gostaria de reforçar.

Que está esperando?! Ligue djá!

Coelhinho da Páscoa, que trazes para mim?

A ÚLTIMA: Marcelo Coelho promove para jornalistas da Folha uma oficina de texto (vulgo, curso de redação) com o objetivo de ensiná-los na arte da desenvoltura literária. Mediante o pagamento de uma módica quantia, naturalmente.

Tá certo que a época da Páscoa acaba deixando apertado o orçamento dele, mas não vamos exagerar, não é mesmo? Ademais, se o homem fosse um Machadão da vida, já teria virado super-ultra-best-seller, feito a cama, deitado nela, e então poderia transmitir toda a sua sabedoria gratuitamente, em benefício de toda a humanidade.

Odeio rei na barriga.

Lampejo de sabedoria

Ocorreu-me no carro, enquanto vinha para o trabalho.

Todo homem na vida tem uma ou duas paixões, e uma porção de obrigações para acompanhar.

Tut, tut

EXTRA! EXTRA! Desvendado o caso da morte do rei Tut!

O faraó Tutancâmon, morto aos 19 anos em 1352 a.C., não foi assassinado, dizem pesquisadores egípcios. Segundo um novo estudo feito com base na análise da múmia, uma fratura no fêmur, seguida por infecção, tirou a vida do jovem líder da Antiguidade.
"É um belo exemplo da importância da liberação da pesquisa com células-tronco embrionárias", diz Mayana Zatz, do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP. "Os estudos poderiam ter ajudado o faraó, mas foram proibidos no Egito Antigo, impedindo que ele e outros milhares de jovens fossem beneficiados por terapias celulares."
Sabe-se que o Egito já na época era dotado de práticas médicas avançadas (eles faziam até mesmo transplantes de cérebro), mas o uso de embriões em pesquisa era proibido. "Não podemos deixar que o Brasil seja vítima do mesma mentalidade que derrubou o Egito Antigo", arremata Lygia da Veiga Pereira, também da USP.
Mas nem todos concordam. "A tecnociência não é a bala de prata que os tecnocientificocratas tentam vender", diz Laymert Garcia, sociólogo da Unicamp. "Esse é apenas mais um capítulo na longa história tecnocientífica."

Semanas temáticas

NA PASSADA, foi a lei de biossemelhança. Nesta, é a hora da Morte. Sim, ela mesma, com sua indefectível foice, sua expressão cavernosa, sua voz gutural. Enterramos Hans "Betty Boop" Bethe ontem. Hoje, foi César "Não-Mordes" Lattes. Impressionante. Só gente que nunca tinha morrido antes. Qual será o próximo? Aziz Áb'Saber? José Leite Lopes? Stephen Hawking? Bob Esponja?

Dia mais do que especial

PARABÉNS, você, mulher, pelo seu dia. É o tipo da data que nos permite uma pausa para lembrar qual é o seu verdadeiro papel nos outros 364 dias do ano. Take that as you will. :-)

Resumo da semana

EU ODEIO a lei de biossegurança. Ela assegura que eu não tenha mais sossego. Uma semana ouvindo as pataquadas de Banana Zatz, Drágea Varella e do ministro Adulado Campus. Haja.

É preciso dizer

DEPOIS da morte da irmã Dorothy, não posso me calar: We're not in Kansas anymore.

Tu Kansas

E UM MILIONÁRIO vai dar a volta num avião tomando milk-shake.

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