PsicodiafanógenosEsforços experimentais fúteis na tentativa de contornar o Princípio da Incerteza |
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quarta-feira, outubro 06, 2004
Ego suicida
NÃO adianta negar. Estou arrasado. Sinto-me pequeno e indefeso. Estou triste. Confuso. Perdido. Não consigo mais guardar isso para mim mesmo. Poderia elencar uma lista das coisas que estão me perturbando. Embora ela fosse convincente para explicar meus sentimentos, devo dizer que a real explicação está dentro da minha própria mente. Irrita-me esse desbalanceamento químico, possivelmente provocado por minha carga genética, somada a um gatilho ambiental, que faz com que meu cérebro opere de certa maneira a transmitir a sensação de que estou deprimido. E irrita-me mais ainda saber disso, via razão, mas sentir algo completamente diferente. Na verdade, é como se um elefante estivesse se equilibrando sobre meu peito, com as quatro patas em cima de mim. Acusam-me algumas vezes de achar que o mundo gira ao meu redor. Que tudo que acontece é por minha causa, ou contra mim. Mas o que me irrita é justamente o contrário: a indiferença do mundo para com as minhas dificuldades, o meu sofrimento. O mundo não está nem aí para mim. E o pior: acusam-me, ainda com mais freqüência, de me fazer de vítima. Mais grave: eu faço isso mesmo. Talvez esteja fazendo isso agora. Talvez faça o tempo todo. Talvez eu só faça coisas erradas. Oh, não. Estou fazendo de novo. E de novo. E de novo. Fui abandonado, fui traído, fui ignorado, fui dispensado, fui detido, fui chutado. "Um dia você ainda vai se foder", advertiu um amigo meu, ontem mesmo. "Como assim, um dia?", eu pergunto, retoricamente. É isso aí, a vida continua.
Pitacos:
Que é isso, Salvador? Precisamos levar um papo. Ou, então, eu te passo o endereço de um site que ensina a fazer meditação vulcana de supressão de sentimentos. Tiro e queda.
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