Psicodiafanógenos

Enigmas insuportavelmente suportáveis de uma vida extemporânea

EU GOSTARIA de ter uma referência sólida para a minha vida. Um foco. Sabe, um foco? Algum lugar para onde eu pudesse olhar, que me servisse de prumo. Acho que todo mundo quer isso. E felizes são aqueles que conseguem se projetar como foco. Olhar para si mesmos e se pautar por si mesmos, como se a vida fosse um círculo infinito, como a cobra que morde o próprio rabo. Queria que alguém me resgatasse, me dissesse: "seja corajoso, faça algo inesperado, siga seu coração". Meu coração está vazio, não tenho o que seguir. Estou triste, deprimido, um efeito à procura de uma causa. Eu não me basto. Será que alguém verdadeiramente basta a si mesmo?

Tem gente que escreve no blog quando está feliz. Eu escrevo só quando estou triste, salvo raríssimas exceções.

Sinto que perdi as oportunidades realmente importantes. Sim, eu fiz um monte de coisas que impressionam, cativei um monte de desconhecidos, mas pouco fiz na direção da minha própria felicidade. Agora, sinto-me abandonado, um cara que perdeu a chance que teve de fazer algo importante, ser alguém importante e estar com alguém realmente importante.

E coitado de você, que teve de ler tudo isso.