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Você é o visitante

"Life is what happens while you're busy making other plans."
John Lennon



sexta-feira, outubro 29, 2004

 
Fly me to the moon

E SE EU DISSER que tive essa idéia de convencer os americanos a dar 20 milhões de dólares para a gente mandar o Santos-Dumont para a Lua?

Fly me to Mars, too

TAMBÉM comecei a trabalhar no meu segundo livro, e, adivinhe só, ele na verdade é "eles"; são dois! Pelo menos também são dois os autores, então o trabalho não vai ser tão absurdo assim. Na verdade, estou ansioso para começar. Indícios de que...

...The workaholic strikes back

FALTA só recuperar o ânimo para começar a realmente escrever a matéria que me comprometi a fazer para a Scientific American. E, claro, dar o sangue diariamente no pelô, aqui na Barão de Limeira. Mas aí também você já tá querendo muito, não é?

Fly me to the Old World

OR FLY ME? I'm really not sure.

And for the New World

A ELEIÇÃO americana já está decidida. Nas pesquisas, Bush está um pouco à frente de Kerry. E, como já sabemos do último pleito presidencial nos Estados Unidos, ele sempre joga com a vantagem do empate.



terça-feira, outubro 26, 2004

 
Questão de justiça

DEPOIS da última nota dramática, acho justo relatar que tudo está bem quando termina bem.

Equilibrium

FICO aqui me perguntando...
Por que as coisas sempre vêm aos pares?
Por que as partículas elementares sempre têm sua antipartícula?
Por que as coisas boas só são boas quando contrapostas a coisas ruins?
Por que uma coisa não pode simplesmente ser, e ponto final?
Por que, para cada decisão que eu tomo --ou quero tomar-- existe uma outra, diametralmente oposta, igualmente viável e potencialmente interessante?
Por que eu fico insatisfeito de ter de exercer meu livre arbítrio e tomar decisões, mas me apavoro quando a situação parece se resolver sozinha, me guiando numa determinada direção?
Por que eu sempre sinto estar tomando a decisão errada e ainda assim a tomo?
Por que estou dizendo tudo isso a você?
Por que não comecei a traduzir as coisas que o Reinaldo me mandou, em vez de postar isso?



sexta-feira, outubro 22, 2004

 
Parem o mundo que eu quero descer

ONTEM foi o pior dia dos últimos cinco anos --pelo menos. Sabe aqueles dias em que tudo dá errado? Então, foi ontem. Estava até com medo de que, como o Dia da Marmota, ele se repetisse de novo, e de novo, e de novo (o que, ironicamente, seria uma bênção).

Não aconteceu. Mas foi quase a mesma coisa. Foi como se eu não tivesse acordado. Como se um novo dia não tivesse começado. Sinto-me num pesadelo, do qual não consigo acordar. Só ouço, no fundo da minha mente, a voz. Amorzinho...

Choro por dentro, como se tivesse perdido uma parte da minha própria vida --e justo a mais bonita, a mais encantadora. E é tudo culpa minha.

Sim, e no trabalho tudo deu errado também. Meus entrevistados não me atenderam, a coluna do colunista ficou perdida no e-mail do meu chefe viajante, o repórter escalado para fazer a matéria principal foi embora, tive de ir à chatíssima reunião de editores.

Quero sair daqui. Quero encontrar um outro lugar. Um que me permita ser feliz, sem restrições. É muito triste descobrir, depois de partir, que você já esteve lá.

Eu odeio processos entrópicos.

E dormir de lado nunca mais será a mesma coisa.



quinta-feira, outubro 21, 2004

 
Sinal dos tempos

ESSA não podia esperar. Desço até a portaria do prédio para receber um aparelho celular em nome de um colega, que está viajando. O sujeito que veio entregar, jovem, usando um boné virado para trás, me cumprimenta, olha bem para a minha cara e diz:

- Nossa! Você é tão novo e com tantos cabelos brancos!
- Err... bem... fazer o quê, né?
- Err... é brincadeira, viu?

Brincadeira, sei. Isso foi ótimo para animar o meu moral.

Desculpe a minha falha

ESTIVE ausente daqui nos últimos dias. Assim que abrir uma brecha na minha agenda, volto a postar. Estou cansado.



quinta-feira, outubro 14, 2004

 
Five pence

FICO aqui, a fitar a rainha.
Pensando no que poderia ter sido.
No que poderia ser.
No que poderá ser.
No que será.
E no que não será.
Será que...? Não.

Função senoidal

É MAIS OU MENOS assim que funciona para mim. Aliás, quem acompanha esse blog já deve ter percebido o meu estado de consciência senóide, variando constantemente entre 1 e -1.

Em São Paulo, 20h17

PRECISO escrever duas matérias até as 22h. Dá pra tomar uma Kaiser antes?



quarta-feira, outubro 13, 2004

 
Frase boa do dia 1

PEGA de orelhada na Redação:
E por falar em 'Deus lhe pague', Deus não existe.

Frase boa do dia 2

TÍPICA de um amigo:
Não sei se caso, se compro uma bicicleta...

Grande idéia!

HUMMM... never mind.

Uau!

ACABO de ter um terrível acesso de vertigem.
Passou.



terça-feira, outubro 12, 2004

 
Trabalho é trabalho

SIM, trabalhar no feriado é um lixo. Pode dizer, diz. Diz na minha cara. É um lixo. Um lixo. Eu sei. Eu sei.

...

ESTOU SENTINDO falta dos pitacos da galera. Ao que parece, ninguém mais se incomoda de digitar uma letrinhas aqui pra mim. Que chato.



segunda-feira, outubro 11, 2004

 
Lost in Space

WELL, we all knew it would be hard to get past the Moon. We managed to deal with the Apollo architecture, living like ten days or so apart from our beloved ones. Now, it's time to try something harder: a stint on board the International Space Station --a few months under considerable stress, missing the way things are on good old Earth.

And, then, if we manage to survive this harsh training period, then, maybe, we should consider taking our chances on a one-way trip to Mars --an eight-month challenge. If we survive this as well, I think we could deal with whatever comes our way.

But so far, all that we actually accomplished was a short trip to the Moon. Some footprints, flags, a lot of pride, and that's pretty much it. We'll see what the future has in store for us.

We choose to go to the Moon, and we choose to do the other things, not because they are easy, but because they are hard.

Here comes Billy Shears

What would I do when my love is away?
Does it worry you to be alone?
How do I feel by the end of the day?
Are you sad because you're on your own?

No, I get by with a little help from my friends,
I get high with a little help from my friends,
I'm gonna try with a little help from my friends.



sexta-feira, outubro 08, 2004

 
Versão curta

POR QUE às vezes eu tenho a sensação de que ou (1) eu sou muito prepotente, ou (2) as pessoas à minha volta têm acessos de idiotização suportada por suposta falta de autoridade para emitir julgamentos que na verdade só exigem o bom senso?

Versão longa

VEIO um cara da editoria de fotografia aqui, com três fotos do prédio do Banespa. No céu, apareciam três luzes brilhantes alaranjadas, com alguns riscos laterais. O cara queria porque queria que o meu editor contatasse alguns cientistas (sic) para verificar a autenticidade da foto e dos OVNIs. Mas veja você, as fotos vieram de uma fonte não-confiável, um maluco que chegou no jornal, disse que viu os objetos no céu e os fotografou.

Numa das fotos, os focos de luz claramente apareciam à frente dos galhos das árvores. E, nas três fotos, não importando o ângulo, os objetos sempre apareciam na mesma posição, com relação ao enquadramento. Não demorou 30 segundos, e eu disparei: "É um artefato da câmera, óbvio. Esquece isso".

Mas não foi isso o que ele fez. Pior: me colocou para procurar astrônomos que olhassem as fotos e dessem suas "opiniões de especialista". E isso eu fiz, contrariado. Mandei para um amigo astrônomo e ele se divertiu a tarde toda brincando com as imagens. Enfim, o veredito: "O que seriam estes OVNIs, interrogação? (à la Roberto Avalone). Reflexos internos no sistema da câmera".

Uau. Essa me pegou desprevenido.

E ainda tive de passar a tarde usando frases do tipo, "Eu sei que é um artefato, não é uma questão de opinião", e ouvir coisas do tipo, "Mas não cabe a você determinar isso".

Bônus

NO FIM, com essa coisa de contatar esse meu amigo astrônomo, descobri que tem um tal de Celso Nogueira que anda dizendo por aí que é meu irmão. A quem quer que possa por acaso ter ouvido isso, é mentira.

Pois é. Se tem gente dizendo que é meu parente, é sinal de que estou fazendo alguma coisa direito. Por outro lado, coitados... vão se decepcionar quando pedirem sua parte na herança.




quinta-feira, outubro 07, 2004

 
Da química cerebral

COMO eu disse ontem, em meio a meu desabafo, no final tudo se resume à química do cérebro --infelizmente pouquíssimo manipulável. Depois de um dia com um estado de espírito deplorável, hoje já estou (quase) em meu estado normal. Exceto por uma pitada de saudade.

Sabedoria jornalística pós-Nobel

FRASE proferida pelo chefe, mente semi-exaurida após o fechamento da edição do Prêmio Nobel de Física:

"A liberdade assintótica resolve o paradoxo da informação dos jornalistas."



quarta-feira, outubro 06, 2004

 
Ego suicida

NÃO adianta negar. Estou arrasado. Sinto-me pequeno e indefeso. Estou triste. Confuso. Perdido. Não consigo mais guardar isso para mim mesmo. Poderia elencar uma lista das coisas que estão me perturbando. Embora ela fosse convincente para explicar meus sentimentos, devo dizer que a real explicação está dentro da minha própria mente.

Irrita-me esse desbalanceamento químico, possivelmente provocado por minha carga genética, somada a um gatilho ambiental, que faz com que meu cérebro opere de certa maneira a transmitir a sensação de que estou deprimido. E irrita-me mais ainda saber disso, via razão, mas sentir algo completamente diferente. Na verdade, é como se um elefante estivesse se equilibrando sobre meu peito, com as quatro patas em cima de mim.

Acusam-me algumas vezes de achar que o mundo gira ao meu redor. Que tudo que acontece é por minha causa, ou contra mim. Mas o que me irrita é justamente o contrário: a indiferença do mundo para com as minhas dificuldades, o meu sofrimento. O mundo não está nem aí para mim.

E o pior: acusam-me, ainda com mais freqüência, de me fazer de vítima. Mais grave: eu faço isso mesmo. Talvez esteja fazendo isso agora. Talvez faça o tempo todo. Talvez eu só faça coisas erradas. Oh, não. Estou fazendo de novo. E de novo. E de novo.

Fui abandonado, fui traído, fui ignorado, fui dispensado, fui detido, fui chutado. "Um dia você ainda vai se foder", advertiu um amigo meu, ontem mesmo. "Como assim, um dia?", eu pergunto, retoricamente.

É isso aí, a vida continua.



terça-feira, outubro 05, 2004

 
De volta

PRIMEIRA nota postada da Redação, depois das férias. So what?

Nobel

ACORDAR às 6h da manhã para ficar correndo atrás desses caras é um pé nos ovos. Ou eu que estou de mau humor mesmo.

Sim

EU estou de mau humor. E preciso ficar rico.



domingo, outubro 03, 2004

 
Mágoa

FOI duro vê-la partir. Peguei meu casaco e saí. Entrei no carro. Num rompante de raiva, gritei. Filho da puta! Filho da puta! FILHO DA PUTA! Dei a partida e fui embora.

Hoje é dia

- VOCÊ vai à festa?
- Que festa?
- A festa da democracia!

Sobre a festa

EU achava que o voto deveria ser facultativo. Até descobrir que, no Reino Unido, as eleições para primeiro-ministro têm participação de apenas 40% da população. No caso das eleições locais, o índice de participação fica na casa dos 20%. Chego à conclusão de que a única maneira de ter um povo altamente politizado --e, hopefully, menos alienado-- é obrigando-o a participar do processo eleitoral. Viva a festa da democracia. Daqui a pouco eu vou votar.

Sobre a festa II

NÃO IMPORTA o seu candidato, vote com consciência. Contanto que seja o Serra, tá tudo bem.



sexta-feira, outubro 01, 2004

 
Melancolia

HOJE é, oficialmente, o último dia das minhas férias. Agora, só no ano que vem. Segunda-feira, de volta à Redação.

Melancolia cantada

A NOTA acima acabou me inspirando a escrever uma pequena paródia, em homenagem à volta ao trampo.

Um cantinho, a reunião
Estou de volta à Redação
Pra fazer feliz a quem me manda

Pouca calma pra pensar
Sem ter tempo pra falar
Da janela vê-se a persiana e olhe lá, que lindo

Quero a vida sempre assim
Pouco espaço para mim
Até o fechamento da edição

E eu que era triste,
Distante deste mundo
Ao retornar pra lá, reconheci
Que preferia estar em Salvador


Preocupação

E POR FALAR em Salvador, desde ontem me bateu um medo danado de receber a minha carta "Dear John"...

Peroba neles

E EU QUE pensei que a minha vida romântico-sexual só fosse discutida nas rodas de amigos quando eu não estava presente.

Épico

TAMBÉM pudera. Canções serão entoadas por séculos sobre os últimos meses. Uma história do mundo globalizado! Enquanto eu contava os últimos eventos a uma amiga, outro, mais atualizado, vira para mim e pergunta:
- Já chegou na parte britânica?



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