PsicodiafanógenosEsforços experimentais fúteis na tentativa de contornar o Princípio da Incerteza |
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"Life is what happens while you're busy making other plans." John Lennon | ||
quarta-feira, fevereiro 18, 2004
Aos foliões de plantão
Pesquisa do Instituto Sensus feita com 2.000 pessoas em 125 cidades do país revela: 57,4% dos brasileiros não querem nem ouvir falar de Carnaval. É sempre bom não se sentir sozinho. Cenas insólitas A criancinha vira para o pai e pergunta: - Papai, papai... o que que é 'Sísifo'? - É quando esquece de pôr a idade, filhinho... Fossa com embargo Psicodiafanógeno redigido às 21h30 do dia 22 de janeiro de 2004, com publicação postergada para hoje. Três rotas Um homem começa uma jornada. Ele vê três caminhos. O da direita parece razoavelmente aberto, espaçoso, convidativo. Algumas árvores bonitas e floridas se espalham pela trilha, chamando-o de forma inclemente. Mas ele sabe onde esse caminho vai dar e não quer repetir as rotas já trilhadas, muito menos os destinos já visitados. Um segundo caminho, ao centro, é mais sinuoso. Ao fundo, vê-se uma bela montanha, e a certeza de um casebre acolhedor em sua encosta --a promessa de uma bela vista, dias mais tranqüilos, seguros e estáveis. Mas é impossível dizer algo sobre as dificuldades da rota. Mesmo a entrada parece estreita e não dá visibilidade alguma. Dali, é impossível sequer determinar se ela levará de fato ao conforto prometido. O terceiro caminho, à esquerda, é espinhoso, difícil, desafiador. O homem já dera os primeiros passos naquela direção, mas não fora capaz de determinar aonde ele levaria. A rota não é a mais confortável, nem a mais convidativa. E, no entanto, apresenta um encanto indescritível, um mistério indecifrável, que parece anular qualquer resquício de bom senso e mesmo as memórias de todos os arranhões e cortes recentemente adquiridos, ali mesmo. Espinhos e árvores secas se exibem na entrada. E uma mata fechada, úmida e escura, mais adiante. Não há promessas. A derradeira opção, pensou o homem, seria simplesmente arregaçar as mangas, pegar o facão e abrir caminho mata adentro, sem se preocupar com as rotas já estabelecidas. Estabelecer um novo rumo. Sem expectativas. Só ir em frente, sem pensar muito. Ele hesita. O pior é saber que não haverá como voltar. Uma vez determinado um curso, os outros ficarão para trás --lembranças vagas das escolhas não-concretizadas. Tarde demais. Quando ele olha, seus impulsos já o haviam empurrado centenas de metros na direção da rota da esquerda. A clareira já ficou para trás. Começa a anoitecer. Ele se senta. Logo está escuro. E ele está só. Goste ou não, cada um é arquiteto de sua própria vida. |